Quinta-feira, 29 de Julho de 2004
Apenas um amarelo, um verde e um azul.
Terça-feira, 27 de Julho de 2004
"...te vejo ali, parada, me olhando só... não há palavras, nem medos, nem lágrimas... há apenas um olhar profundo e um toque suave como se fosse o toque mais importante deste mundo... te olho e te fixo a alma... te possuo mesmo antes de te tocar, de te amar, até mesmo antes de te olhar... é tudo muito mais forte do que o meu querer... olhar-te bem dentro mesmo sem te ver... sentir-te só de te desejar, ali, parada numa pose linda, somente a me olhar... fixo tua boca e te sorvo completa... te abraço sem te abraçar... te afago sem afagar... te penetro sem te penetrar... está tudo ali, em ti, a meu lado... basta te desejar... e teus olhos já me possuiram... e teus olhos já me abraçaram... e teus olhos já me sentiram... ali, sem questionar, te estendo a mão... vejo teu corpo a arfar.... e sentes minhas garras te tocar... e teu corpo em minha alma se entregar... tudo tão simples: apenas o desejo de te desejar..."
(from: lobices.blogs.sapo.pt)
Sábado, 24 de Julho de 2004
Em quem pensar, agora, senão em ti? Tu, que
me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a
manhã da minha noite. É verdade que te podia
dizer: "Como é mais fácil deixar que as coisas
não mudem, sermos o que sempre fomos, mudarmos
apenas dentro de nós próprios?" Mas ensinaste-me
a sermos dois; e a ser contigo aquilo que sou,
até sermos um apenas no amor que nos une,
contra a solidão que nos divide. Mas é isto o amor:
ver-te mesmo quando te não vejo, ouvir a tua
voz que abre as fontes de todos os rios, mesmo
esse que mal corria quando por ele passamos,
subindo a margem em que descobri o sentido
de irmos contra o tempo, para ganhar o tempo
que o tempo nos rouba. Como gosto, meu amor,
de chegar antes de ti para te ver chegar: com
a surpresa dos teus cabelos, e o teu rosto de água
fresca que eu bebo, com esta sede que não passa. Tu:
a primavera luminosa da minha expectativa,
a mais certa certeza de que gosto de ti, como
gostas de mim, até ao fim do mundo que me deste.
(from: Nuno Júdice)
Sexta-feira, 23 de Julho de 2004
Olho para cima e vejo uma palavra a negrito que diz: "Título". A seguir um longo rectângulo vazio que é necessário preencher para que este post tenha um título: poderia, na verdade (e bastava) colocar um simples ponto final ou uma vírgula; mas em nem sequer sabia o que ía escrever a seguir, como decidir sobre o título a dar?
Desci então para um rectângulo vazio mas maior que tinha no seu topo à esquerda 3 palavras que diz: "Corpo do Artigo".
Afinal é isso; é preciso dar-lhe forma, dar-lhe um corpo, mesmo que daqui nada nasça; mas, é isso mesmo! O título! É isso! Daqui nada vai nascer; já sei que título dar a esta minha aventura dentro do corpo do artigo: "Nado morto!" Que tal? Acham bem? Mesmo que não achem bem, desculpem, mas já está; já subi com o cursor ali acima e já lá escrevi o título; estão a ver, não estão? Claro que sim, para lerem isto é porque gravei o texto e tudo saiu direitinho.
Bem, sendo assim, já cumpri a minha missão: escrever um post.
E agora? Pois; ali em baixo; editar o corpo do artigo em modo agá tê éme éle? Não, não me parece; vai ficar assim mesmo; bem, poderia dar-lhe cor mas não, se é um nado-morto não tem direito a cor; fica assim, pálido como a cor da morte.
Mais abaixo, num pequeno rectângulo verde: "Pré-visualizar" e num outro logo a seguir: "Gravar". É. Já decidi, nem vale a pena ver antes. Gravo de imediato e acabo aqui a minha missão por hoje.
A seguir, e como último acto, é apenas clicar no "Sair" ali em cima à direita e depois ir ver como ficou na página do blog.
Missão cumprida!
Quarta-feira, 21 de Julho de 2004
Só, somente.
Domingo, 18 de Julho de 2004
"Saudade:
inocente fé
destruída pelo
tempo"
(in: jac.blogs.sapo.pt)
Quinta-feira, 15 de Julho de 2004
Tenho saudades tuas.
Queria ter-te aqui comigo, a meu lado, de mãos dadas ou de olhos nos olhos.
Cingir-te a cintura e apertar-te contra mim e sentir teu corpo.
Desejar o teu desejo.
Ouvir teu coração bater com a minha face sobre o teu peito.
Beijar-te a boca e saber-me dentro de ti.
Sentir-me mais uma vez como as muitas que senti.
Tenho saudades tuas.
Chamar pelo teu nome.
Ouvir a minha voz pronunciar esse som e saber-me respondido com o teu sorrir.
Estar onde estás e saber-me contigo, aberto de mim para te receber em plenitude.
Entrar no teu ser e saber-me lá residente, não ontem nem hoje mas, sempre.
Perder-me no teu labirinto e jamais encontrar a saída.
Viver os caminhos e as esquinas que se cruzassem à nossa frente e deixar de conhecer o tempo que nos cerca.
Olvidar a dor da ausência do teu doce amar.
Tenho sim, tenho saudades tuas.
(republicação)
Segunda-feira, 12 de Julho de 2004
Não existe o teu corpo
Mas estás aqui
Não olho teus olhos
Mas te leio a alma
Não toco nos teus cabelos
Mas me envolvo neles
Não se sinto palpitar
Mas te oiço respirar
É um som leve
Lento mas ritmado
Quente
Arfado
Dolente
Não existe o teu corpo
Mas estás aqui
Bem perto de mim
É algo que não tem fim
Como olvidar
Como deixar de te amar
Pergunta que me enlouquece
Desígnios divinos
Que questiono
E morro lentamente
Neste corpo dormente
Que não vive
Mas sente.
Domingo, 11 de Julho de 2004
Ontem?
É, dei umas voltas. Olhei o céu.
Comprei um livro.
Vi as pessoas passarem por mim.
Deliciei-me com o horizonte.
Estendi os braços ao sol.
Abracei o vento.
É, foi um dia bom!
Sexta-feira, 9 de Julho de 2004