Sexta-feira, 4 de Junho de 2004
Na verdade, a net é um mundo novo, curioso, cativante e diferente; é também
doce mas, ao mesmo tempo, perigoso. Perigoso porque os sentimentos podem ser
"adulterados" na sua essência e serem mal compreendidos.
Não devemos descurar o mundo "lá de fora", o mundo real, aquele que vivemos de
verdade e na verdade; é certo, que aqui, através do anonimato deixamos que os
nossos medos se transformem em coragens e os nossos gritos possam ser gritados
bem lá do fundo da nossa Alma.
Este mundo serve para exorcizar os nossos "demónios", mas serve também para
encontrarmos novos demónios e novos anjos; o problema está sempre em saber o
que é um anjo e o que é um demónio (tudo em sentido figurado, claro).
Eu escolhi uma forma de estar aqui, a de dizer apenas; a de ouvir apenas; a de
tentar ajudar apenas; a de responder apenas; a de querer que todos me leiam e
me ouçam apenas; a de desejar tudo de bom para todos apenas. E este "apenas"
já é muito neste mundo.
Deixamos aqui impressa a nossa marca de ser que vive e que ri e que chora;
deixamos aqui impressa a nossa marca de ser que é e de ser que não é;
deixamos aqui impressa a nossa marca de ser o que sempre desejamos ser e não o
que somos afinal. É um pouco uma peça de teatro sem actores visÃveis.
Às vezes, estes actores encontram-se e criam-se novas vivências.
Umas vezes é bom, outras não.
Umas vezes é um doce, outras vezes é um amargo sabor.
Daà que, eu seja uma "personagem"; uma segunda personalidade de alguém que
também anda por estas bandas sob outro nick; talvez o outro lado desse alguém que sabe o que é a vida e o que ela pode dar ou tirar;
de alguém que já não pretende nada mais do que tentar compreender
exactamente o que está cá a fazer; esse que, no fim, quererá "achar ter entendido".
Os problemas de que falas são problemas perante os quais nada podemos
fazer; apenas podemos dar amor e querer amor.
O caminho (seja de quem for) é para ser percorrido; seja que caminho for; não o podemos alterar nunca.
A meta existe mas nunca sabemos qual é; o caminho é muito diverso mas tem de ser
palmilhado; deixemos que todos palmilhem a rota que escolherem; não tentemos
que a vida seja perfeita; aceitemos a vida tal como ela é; não se consegue
alterar o que quer que seja; ela está já "escrita", não um destino escrito
mas o caminho para lá está.
As "coisas" não são nunca "obtidas".
As "coisas" são-nos "entregues".
Saibamos viver o que a vida nos dá, da forma que ela nos dá, da forma como
ela se nos entrega de braços abertos; mergulhemos de alma e coração na
caminhada que temos pela frente e esperemos que a "perfeição" esteja no
caminhar e não no caminho que se percorre ou na meta que se alcança.
De inde a 7 de Junho de 2004 às 09:08
A vida é bem mais simples do que o que se tenta viver; nós tentamos "complicar" pois aceitar é bem dificil, eu sei, Sei Lá.
Esta carta foi uma doçura!Não tenho tido "espaço" para escrever, mas logo, logo faço-o. O texto que dos comentários que postaste é VIDA! (como a carta!) Abraço aos dois!
De inde a 4 de Junho de 2004 às 20:48
Um para ti também.
De inde a 4 de Junho de 2004 às 20:47
Rendo-me também a essas palavras; breve as colocarei aqui em post. *
Gostei... bem escrito e dito... um beijo doce
De Cruz a 4 de Junho de 2004 às 13:46
Rendição
Há tempo, que tempos ,
Só o tempo saberá,
Rendi-me a ser corpo
E viajei nesta dádiva única
Com que nasci.
Assim me fui despindo
E descobrindo
E de tudo beleza colhi.
Entreguei-me ao amor ,
Sem condições das razões,
Razão porque estou aqui.
Olhei pontes não visÃveis,
Vistas nos olhares do coração,
Entre tempos infindáveis,
Entre projectos individuais
E processos globais,
Entre desejos , sonhos,
Evoluções , mutilações,
Realizações e frustrações.
Todas as pontes onde andei
Me deixaram neste lugar,
Indefinido por indefinÃvel.
Atlântida no nosso Ãntimo,
Onde o que aparenta não sentir
É serenidade de inclusão dos sentires,
Na organização
Da ausência de poderes.
Rendida a um tempo,
Pleno de invisÃveis companheiros,
Que atravessa todos tempos relativos,
Onde acasos e necessidades não há
No bem querer viajar.
Em que os silêncios,
Entre o som dos ruÃdos,
Revelam que são perpétuos os sons
Das vozes
Na ausência do silêncio .
Em que na inconstância
Do que se olha
A única constância
É o movimento perpétuo
Da permanente inconstância.
Entre um tempo e todos os tempos
É eterna a ponte de todas as pontes.
.......... São árduos os caminhos da paz, e a beleza do caminho é o próprio caminhar. Um abraço
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